Tema: O primeiro passo para o auto amor não é se admirar mas sim se perdoar.
Auto estima e o Imigrante
Autoestima não nasce do espelho, mas do silêncio em que encaramos nossas dores. Para o imigrante, esse processo é ainda mais intenso. Deixar o próprio país, os costumes, o idioma, é um ato de coragem, mas também de perda. E é nessa travessia que muitas vezes nascem a culpa, a vergonha e a sensação de inadequação.
O autoamor, então, não começa com selfies sorridentes ou frases motivacionais. Começa com o perdão: por não ter conseguido ficar, por ter partido, por não se encaixar de imediato, por sentir saudade demais ou de menos. É preciso se acolher nos erros, nos tropeços com a nova língua, nas lágrimas escondidas.
Autoestima para o imigrante não é vaidade — é sobrevivência emocional. É reconhecer o valor de estar recomeçando quando tudo é estrangeiro, inclusive você mesmo. O perdão é o alicerce para construir essa nova identidade, onde o amor-próprio não é luxo, mas abrigo.
Só quando nos perdoamos é que começamos a nos admirar por sermos quem somos, com nossos erros e acertos. Essa sutil atitude, discreta e diária, é o verdadeiro reflexo do auto amor.